É cada vez mais difícil surpreendê-lo. Ele defende-se (ou
seremos nós que nos defendemos dele?), refugia-se em
lugares cada vez mais afastados, inóspitos por vezes:
pântanos, grutas abandonadas.
Tudo cresce no silêncio. Tudo cresce em silêncio. Desde
o ácer até à vulgar tradescância. Mas quem melhor se
adapta são, sem dúvida, os miosótis. Depois de alguns
minutos em silêncio já não te consegues mexer, com
receio de os pisares.
Jorge de Sousa Braga
com a devida vénia, de O Poeta Nu, Fenda Edições, Lisboa, 1999
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