A verdade pertence aos gestos
ao menor dos nossos gestos
antes de chegarem palavras que nos socorram
às vezes é a verdade de um amor
Escassos propósitos as palavras
para o abalo da terra
em que se tornou de repente
a nossa vida
Um sofrimento não nos larga
a manhã parece-se estranhamente
com outro lugar
saberemos então que significam
os intervalos do silêncio
onde o silêncio é maior
José Tolentino Mendonça
com a devida vénia, de DE IGUAL PARA IGUAL, Assírio & Alvim, Março de 2001
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