Lasso dos mistérios próximos
pus-me a escutar o silêncio
aquela flauta que ninguém toca
e só os poetas ouvem
no verde-bruma da tarde.
E com ternura aflita
senti subir de mim mesmo
a dor enfim nua,
tão alheia à terra,
tão subtil de fumo
- mas só minha, só minha! -
despida de mundo
em dor que não dói...
(Que bom! sofrer nas nuvens...)
José Gomes Ferreira
com a devida vénia, de VIVER SEMPRE TAMBÉM CANSA!, in Poesia. I, Portugália Editora, Outubro de 1969
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