a incandescência dos arbustos cobre-te
de inércia e de silêncio - a vida
simulada por uma respiração de veias e
de nervos tensos que atam a memória
das coisas ao tempo - labirinto de corpos
esvoaçando na lentidão da noite - os dedos
escavam uma saída no sonho escuro
evades-te
através da linguagem possível - foges
à desolação do século
deserto onde as refeições de louva-a-deus
não curam a melancolia queimada pelo desejo
nem a alegria fúnebre do coração
Al Berto
com a devida vénia, de Revista Limiar, nº. 9, in O Último Coração do Sonho, Quasi Edições, Fevereiro de 2000
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