Sapateando na noite,
o comboio faz tã-tã
(assim o julgo).
Porém alguém a meu lado
diz que não consegue adormecer
por causa do trape-trape
das rodas nos carris.
Está visto: cada um ouve
o comboio como quer.
E afinal o comboio nada faz
senão um silêncio aterrador.
Nós é que lhe fazemos o ruído.
A. M. Pires Cabral
com a devida vénia, de QUE COMBOIO É ESTE, Edições Teatro de Vila Real, Dezembro de 2005
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