Papéis de seda
Imploram a luz da palavra
E os meus olhos acendem
Milhões de lamparinas
Opala
Zarcão
Carmim
Cores raras
Como rastro de estrelas.
Acende um poema
Na minha vida parca
Dedilha essa andaluz guitarra
Quando o silêncio for o ápice.
Um som, um rumor
De cascos alucinados
Um toque na madeira
Assim anunciada a palavra
Desenha emaranhado de letras
Fios de âmbar
Esquece sedas ao canto
Dedos de esmeralda
A mão fria
De escrever as dores
Na brancura do sal.
O olhar do tigre
O toque da ternura
A asa
Palavras são setas de estrelas
Cortando o céu.
Escultura forjada
Sob o látego da noite
Um insone poema,
Caligrafia de lua.
Sandra Fonseca
retirado, com a devida autorização da autora, de aqui
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