Cascata de silêncio
«Difícil fotografar o silêncio.» Ensaios Fotográficos, Manoel de Barros
03/10/2011
03/09/2011
zero
em objetos
mãos procuram
contato - gavetas
anotações
cômodos apagados
confissões de inércia
espelho coberto
por cinzas
cada um
tem o próprio silêncio
cadeira e mesa
duelo de mobílias
...
tocar distância
elidida pelas épocas
Danilo Bueno
com a devida vénia, de POESIA BRASILEIRA DO INÍCIO DO TERCEIRO MILÉNIO dezoito poetas da novíssima geração (selecção e organização de Claudio Daniel), 7 Dias e 6 Noites - Editores Unipessoal, Lda., Fevereiro de 2008
11/08/2011
[Ambiciono o relâmpago nu.]
2.
Ambiciono o relâmpago nu.
Só o silêncio acorda a sílaba
e a desperta para a pestilência.
João Rasteiro
07/08/2011
[E me disseste: vem. E havia]
E me disseste: vem. E havia
alguns despojos sobre a areia, algumas
ressentidas grinaldas
no limiar das têmporas. Havia
alguns gestos suspensos, um cofre
de esmeraldas vermelhas, um torpor
nos membros retardados. E havia
um colar para as mãos, uma colina
para os lábios e uma flor
intacta perfumando
o silêncio, à beira
de indizíveis planícies.
Albano Martins
com a devida vénia, de TRÊS POEMAS DE AMOR SEGUIDOS DE LIVRO QUARTO, edições Quasi, Fevereiro de 2004
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